

Tese de Impacto
VISÃO
Nossa visão é de um Brasil em que ecossistemas terrestres e marinhos estejam restaurados, com a biodiversidade plenamente protegida e as comunidades tradicionais reconhecidas como protagonistas de territórios resilientes, produtivos e regenerativos.
CONTEXTO
A natureza brasileira enfrenta pressões constantes: avanço da fronteira agropecuária, grilagem, exploração ilegal de madeira, caça predatória e degradação ambiental generalizada. Deixar a floresta “vazia” não garante sua proteção — ao contrário, abre espaço para invasores.
A experiência e a evidência científica mostram que as áreas mais reservadas no Brasil são aquelas ocupadas e geridas por povos tradicionais e originários, em especial povos indígenas. Esses grupos, por sua relação histórica e cultural com a terra, têm se mostrado os mais eficazes guardiões da natureza. Portanto, a ocupação sustentável dos territórios por essas comunidades não é apenas uma questão de justiça socioambiental, mas também a estratégia mais eficiente para conservar ecossistemas e frear a destruição.
ESTRATÉGIAS
Para materializar nossa visão, atuamos com um conjunto de estratégias integradas que dão forma e escala aos nossos objetivos:
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Projetos de restauração ecológica e produtiva
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Identificação e implementação de áreas prioritárias de restauração nos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado.
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Introdução de práticas agroflorestais que conciliam produção sustentável e regeneração ambiental.
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Fortalecimento da cadeia da restauração
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Apoio a viveiros, cooperativas e associações locais para fornecer mudas, sementes e serviços ambientais.
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Criação de oportunidades econômicas ligadas à restauração, ampliando sua viabilidade de longo prazo.
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Mobilização e direcionamento de recursos financeiros
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Estruturação de fundos e mecanismos inovadores de financiamento da restauração.
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Conexão entre capital filantrópico, investimentos privados e políticas públicas.
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Ampliação de áreas protegidas
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Apoio a processos de regularização fundiária e reconhecimento de territórios tradicionais.
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Criação de parcerias para conservação de reservas privadas e públicas.
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Produção e difusão de conhecimento
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Pesquisa aplicada para melhorar a eficiência de técnicas de restauração.
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Disseminação de metodologias replicáveis para diferentes contextos ecológicos e sociais.
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Valorização cultural e sociocultural
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Promoção de iniciativas que resgatem e fortaleçam a identidade e os saberes tradicionais.
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Integração de práticas ancestrais como orientação para a gestão sustentável dos territórios.
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Bem-estar das comunidades rurais
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Implantação de projetos que gerem renda, segurança alimentar e melhoria da qualidade de vida.
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Fomento a atividades sustentáveis que mantenham as pessoas no território como guardiãs da natureza.
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PÚBLICO BENEFICIADO
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A natureza, que recupera sua integridade (estrutura, processos ecológicos e biodiversidade), resiliência e capacidade de regeneração;
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Povos tradicionais e originários, em especial comunidades indígenas, quilombolas, agricultores familiares, ribeirinhas e extrativistas, fortalecidos como guardiões da floresta e protagonistas da restauração;
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A sociedade em geral, beneficiada pelos serviços ecossistêmicos prestados pela regeneração e conservação ambiental (água, alimento, saúde, clima, biodiversidade e ar puro).
IMPACTOS ESPERADOS
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Contribuição para o compromisso nacional do Acordo de Paris na restauração de 12 milhões de hectares de áreas degradadas nos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado;
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Aumento da resiliência dos ecossistemas naturais para enfrentar as mudanças climáticas;
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Capacitação de novos profissionais da restauração, geração de trabalho, aumento da renda familiar e expansão significativa da cadeia da restauração ambiental, tornando o Brasil como referência mundial no tema;
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Mobilização estratégica dos recursos financeiros necessários para a restauração no Brasil;
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Ampliação das áreas de florestas e ecossistemas protegidos em formas de UCs, Terras Indígenas, Comunidades Quilombolas, Assentamentos de Agricultores Familiares, RPPNs, Projetos REDD+ ou de Crédito de Carbono, Instituos de Pesquisa e Ensino, dentre outras;
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Produção de conhecimento técnico e científico acessível para aumentar a eficácia e eficiência das práticas de restauração;
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Fortalecimento da cultura e do protagonismo de povos tradicionais e originários, através do engajamento em projetos de regeneração e conservação ambiental e projetos socioculturais
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Formação de novos cidadãos rurais, com no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e educação ambiental de crianças e jovens de comunidades tradicionais;
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Melhoria do bem-estar socioeconômico das comunidades tradicionais pertencentes aos territórios impactados, através dos projetos de regeneração e conservação ambiental e projetos socioculturais.
Projetos
O Instituto Muvuka tem duas frentes prioritárias de atuação para cumprir nossa missão: Natureza e Cultura.
Nelas, desenhamos e implementamos projetos relacionados a temas como regeneração ecológica e produtiva, conservação de ecossistemas e biodiversidade, fortalecimento de povos tradicionais, desenvolvimento territorial, finanças para a restauração, povos tradicionais, e produção cultural, educação artística e socioemocional, saúde e bem-estar de comunidades rurais, e pesquisa e disseminação de conhecimento.
Projeto Mapeamento Socioambiental em
Terras Indígenas do Extremo Sul da Bahia
Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia
Março de 2023 a Abril de 2024
Elaboração e gestão do projeto aprovado pelo Fundo Ambiental Sul Baiano (FASB) de identificação e mapeamento participativo de áreas para restauração de florestas nativas e implantação de sistemas agroecológicos em Terras Indígenas do Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia.
Foram incluídas neste processo as TIs Mata Medonha, Coroa Vermelha, Ponta Grande, Aldeia Velha, Imbiriba, Barra Velha do Monte Pascoal, Águas Belas e Comexatibá. Ao todo, foram visitadas mais de 30 aldeias Pataxó e realizadas 18 oficinas de etnomapeamento, com participação de mais de 300 famílias indígenas. Após a realização das oficinas, os dados foram processados e validados junto às lideranças locais, consolidando os seguintes resultados:
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758 ha de áreas disponíveis para agricultura sustentável
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648 ha de áreas disponíveis para reflorestamento
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6180 ha de áreas de preservação e enriquecimento
Corredor Etnoecológico Maturembá - Alegria Nova
Aldeia Alegria Nova - Vale do Rio Cahy | Território Indígena Comexatibá | Prado/BA
Setembro de 2024 - Em andamento
O Projeto Imbirema Upâ Maturēbá (MAPES/Corredor Etnoecológico Maturembá) visa promover a restauração de 30 hectares de áreas degradadas para a conexão de fragmentos florestais do corredor etnoecológico Maturembá que irá ligar os parques nacionais do Descobrimento e Monte Pascoal, apoiando oportunidades de trabalho e renda a 20 ou mais famílias Pataxó, através da adoção de práticas de restauração ativa, adensamento e enriquecimento, com benefícios diretos à biodiversidade, ao clima e à qualidade e quantidade dos recursos hídricos.
Escola da Terra - Aldeia Mata Medonha
Aldeia Mata Medonha - Santa Cruz Cabrália/BA
Dezembro de 2024 a Maio de 2025
Escola da Terra foi um programa de formação para 30 jovens da Aldeia Pataxó Mata Medonha integrando vivências práticas com a terra, pesquisa com os mais velhos da aldeia e uma formação em agroecologia, agricultura biodinâmica e empreendedorismo. Ao final, os jovens produziram uma linda feira com apresentações culturais e produções próprias para toda a região. O projeto recebeu do Instituto Alana uma menção honrosa como projeto de transformação para a juventude.


Mikahá ûpú - multiplicando espécies raras da Mata Atlântica Pataxó
Aldeia Aroeira - Porto Seguro/BA
Junho de 2025 - Em andamento
O Projeto “Mikahá ūpú - multiplicando espécies raras da Mata Atlântica Pataxó”, aprovado pelo Fundo Casa Socioambiental visa apoiar a ampliação da escala de conservação ambiental e fortalecer a cadeia de restauração florestal presente no Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia (MAPES), com ênfase na criação de um viveiro de mudas de espécies florestais nativas da Mata Atlântica na Aldeia Pataxó Aroeira, localizada no Território Indígena Ponta Grande, em Santa Cruz de Cabrália, Bahia. Dessa forma, o projeto favorece e impulsiona o ingresso de novos atores originários à cadeia produtiva de restauração e conservação ambiental da Mata Atlântica, através da capacitação e formação de coletores de sementes e viveiristas de mudas nativas da região. Tais atividades serão potencializadas através de intercâmbios e da integração destes agentes nas redes de sementes e viveiros agroflorestais semelhantes a outras experiências já consolidadas no território.
